Lifetimes
Lifetimes, a os lifetimes, eles são parte essencial do código Rust, com os lifetimes o borrow checker do Rust consegue saber quando liberar a memória de algo, por quanto tempo algo fica "vivo".
É comum associarmos o lifetime com o escopo, e não esta errado, mas também não esta completamente correto.
Por exemplo no código abaixo o lifetime respeita completamente o escopo.
fn main() { { let lifetime = "lifetime"; println!("{}", lifetime); } /* Terminou o escopo do bloco acima, a memória é liberada, fim do lifetime. */ }
Outro ponto importante que devemos considerar é que o dono do recurso é o responsável por devolver a memória ao SO. No código abaixo vemos isso:
fn escreva(texto: String) { /* Esta função é a responsável por devolver ao sistema operacional Todo a memória solicitada. Quando ela adquiri o ownership da String ela tem a responsabilidade de liberar a memória, vimos isso mais no inicio deste livro, até aqui nenhuma novidade. */ println!("{}", texto); } fn main() { escreva("Rust4noobs".to_string()); }
Lifetimes genéricos
Como assim lifetimes genéricos?
Lembra do capítulo sobre generics, funciona quase da mesma maneira, temos a seguinte struct
#![allow(unused)] fn main() { struct Life { string_slice: &str } }
Notem que temos uma referência dentro da struct, isso é um problema, o compilador do Rust não sabe até quando essa referência irá viver, e é neste ponto que o lifetime começa a deixar de ser apenas relacionado ao escopo.
Ao tentar compilar o código acima, temos o seguinte erro.
error[E0106]: missing lifetime specifier
--> test.rs:3:23
|
3 | string_slice: &str
| ^ expected named lifetime parameter
|
help: consider introducing a named lifetime parameter
|
2 ~ struct Life<'a> {
3 ~ string_slice: &'a str
|
error: aborting due to previous error
For more information about this error, try `rustc --explain E0106`.
Precisamos, informar o lifetime deste string slice
, como sugere o compilador, note que a sintaxe é muito parecida com a dos generics
.
#![allow(unused)] fn main() { struct Life<'a> { string_slice: &'a str } }
E agora vemos que nosso código compila. Claro, não perdemos os poderes dos generics
fazendo isso e não nos limitamos apenas as structs
.
#![allow(unused)] fn main() { struct Life<'a, T> { data: &'a T } impl<'a, T> Life<'a, T> { fn new(data: &'a T) -> Self { Self { data } } } }
No exemplo acima adicionei os generics
e o lifetime, juntos e também em uma implementação. A lógica para fazer isto em um método é a mesma.
Menor lifetime
Uma coisa que devemos considerar é que, quando tivermos duas referências, o compilador do rust sempre irá considerar o menor lifetime, por exemplo.
fn main() { let a = "abc"; { let b = "a"; let maior = maior(a, b); println!("{}", maior); } } fn maior<'a>(a: &'a str, b: &'a str) -> &'a str { if a.len() > b.len() { a } else { b } }
Neste exemplo o compilador do Rust assume o lifetime da variável b
para o lifetime da função. Outro ponto que devemos considerar é que podem existir mais de um lifetime, se pegarmos este mesmo código acima, adicionarmos um segundo lifetime e usarmos o mesmo para o parâmetro b
para outro nome de lifetime, estaremos informando que esta função pode ter dois lifetimes possíveis.
fn main() { let a = "abc"; { let b = "a"; let maior = maior(a, b); println!("{}", maior); } } fn maior<'a, 'b>(a: &'a str, b: &'b str) -> &'a str { if a.len() > b.len() { a } else { b } }
Ao tentarmos compilar o código acima teremos o seguinte erro
error[E0623]: lifetime mismatch
--> test.rs:14:9
|
10 | fn maior<'a, 'b>(a: &'a str, b: &'b str) -> &'a str {
| ------- -------
| |
| this parameter and the return type are declared with different lifetimes...
...
14 | b
| ^ ...but data from `b` is returned here
error: aborting due to previous error
For more information about this error, try `rustc --explain E0623`.
Vamos entender um pouco melhor o que acontece ali. Temos dois lifetimes, então o compilador entende que podemos ter duas referências que vivem tempos diferentes, porém não é possível retornar a variável b
, pois não temos garantia que o parâmetro b
ira viver mais ou menos que o parâmetro a
, então não podemos ter ele como retorno, a função do modo que ficou agora somente pode retornar o parâmetro a
.
Mas qual seria a utilidade disso? Basicamente, você consegue utilizar essa variação de lifetimes para processar dados que vão viver tempos diferentes, como por exemplo um valor que irá viver apenas dentro daquela função como já foi explicado no capítulo de slices, caso um resultado de uma função dependa de dois lifetimes em uma struct por exemplo, podemos informar ao compilador utilizando mais de um parâmetro de lifetime. No livro Rust for Rustaceans podemos encontrar um exemplo bem interessante sobre este assunto.